Em geral, a máscara é interpretada como tendo um papel de dissimulação. Neste contexto, a máscara é a persona que esconde uma face, a nossa sombra. A máscara também pode revelar a identificação. Assumimos várias personalidades em função das situações em que nos encontramos.
Em seu livro “O direito de sonhar”, Bachelard dedica um capítulo à máscara e faz outra interpretação. Ele lembra que a máscara pode mostrar, acima de tudo, o desejo de ser diferente e a vontade de se tornar o que não somos, e este desdobramento da nossa personalidade pode permitir descobrir-nos por meio dessa simulação. Ela é dotada de um potencial que ainda não foi concretizado; representa a promessa de uma nova identidade.
Enquanto arquétipo coletivo, a máscara pode então servir como suporte simbólico para uma busca pessoal em um processo de conscientização e transformação. No contexto de uma oficina de Arteterapia, ela é considerada mediadora e possibilita levar o indivíduo do estado em que se encontra em sua vida ao que ele de fato aspira ser. O trabalho que cada participante tem a fazer é uma conscientização de “o que eu sou aqui e agora” e “o que eu quero me tornar”. Assim, a máscara possibilita criar uma ponte entre a realidade interna e a realidade externa, permitindo que a personalidade se transforme positivamente.